sexta-feira, 18 de maio de 2007

Entrevista de Imigracao - 26/04/07

Enfim chegou nossa vez!

- 14:40 - entramos no hotel e nos certificamos do andar correto onde estavam ocorrendo as entrevistas. Mas como estávamos muito adiantados, resolvemos dar uma verificada na sala de entrevistas p/ saber se o M. Leblanc ainda a estava ocupando, para depois então ficarmos enrolando pelo saguão de entrada do hotel. Enquanto eu fui sentar num dos sofás e tentar me enganar que me sentia bem relaxado, a minha esposa resolver dar uma passeada estratégica pelo toilet.

Após alguns poucos minutos ela volta toda sorridente do banheiro: "tem listerine lá no banheiro!", ela falou toda maravilhada dele...rs

Como nós ainda tinhamos de enrolar por bastante tempo, lá fui eu conhecer o WC tb. E já que estava ali, bem... mandei ver no listerine tb!..hehe. Nunca se sabe...;) Já eu fiquei maravilhado com os papeis-toalha, tão macios quanto uma flanela!! Um dia ainda me hospedarei num hotel bom como esse....rs

Ficamos ali no sofá por um bom tempo, até que uns 20min. antes de nosso horário ela resolveu tomar uma água. Uma boa idéia, ainda mais depois de ter a boca completamente ressecada pelo listerine.

R$ 4 reais por 300ml ?!?!?!? Tomem cuidado com o bolso! O bar do térreo é um assalto! E a garrafa é de vidro, não dava para levá-la conosco p/ cima. Tomamos, bem lentamente pois assim tinhamos o que fazer e nao ficavamos pensando no que nos esperava.

"Chegou a hora! 10 min. p/ o inicio, vamos subir" Ao anunciar isso a Anna, gelei. Respirei fundo e pensei comigo mesmo: agora não tem mais volta, e deixa de frescura cara! É só mostrar o dever de casa!

Relaxei... só um pouco.

Ao chegarmos ao 15° havia as 2 cadeiras ao fundo do corredor esquerdo. Silencio... muito silencio. Nenhuma voz.

Nos aproximamos e pudemos então escutar que alguém continuava a conversar dentro de uma sala de paredes de vidro e portas de madeira.

Sentamos. A partir daí a Anna foi ficando cada vez mais ansiosa, pois o francês dela não era nenhuma Brastemp. Ela começou a conseguir montar frases direito fazia dois dias!

Passados uns três minutos ela não resistiu e foi para trás de uma pequena parede, um pequeno corredor que levava a um minúsculo lavabo ao lado da sala de entrevista, logo a frente das cadeiras onde estávamos, e sentou-se no chão naquela posição básica de yoga.... para meditar (rs). "Se isso vai acalmá-la então blz! Senta ai!" Ohmmmmm....... Ohmmmm...... rs

Nessa meia hora que ficamos lá esperando, fui prestando atenção naquela conversa de dentro da sala. Notei que o entrevistador falava.... falava... falava... e os entrevistados mal se pronunciavam. Pensei: "ele gosta de falar! Ótimo! Vai se cansar logo”.

Fiquei mais tranqüilo, e o tempo foi passando, até chegar a hora em que todos saíram da sala, então um casal muito feliz e sorridente o agradeceu, o chamaram de muito simpático e foram embora sem conseguirem nem olhar para quem quer que estivesse no caminho...rs

Agora sim! Nossa vez... ai ai ai

Ele se apresentou rapidamente, mostrou onde minha esposa deveria sentar, assim como o meu lugar também, falando meio que rapidamente. O sotaque quebecois estranhei de inicio, mas não foi problema. Bastava pedir para repetir o que me perguntava e tudo ficava ok.

Antes de mais nada, ele perguntou se havíamos preenchido o contrato de autonomia financeira, respondi que sim, e pronto! Nunca mais tocou no assunto de dinheiro conosco. Não me lembro dele nos ter pedido durante a entrevista, assim esse assunto só foi lembrado por mim algumas horas depois da entrevista!! Ou seja, o formulário continuou conosco...rs. Tivemos de envia-lo p/ Buenos Aires assim que voltamos para João Pessoa.

Ele explicou que iria iniciar com a verificação dos docs, portanto conforme ele fosse pedindo eu deveria apresentar apenas os originais. A lista começou pelos nossos passaportes. Em seguida foram as certidões de casamento e nascimento, e ficou nos explicando como serão nossos nomes no canadá, principalmente os nomes de solteira e casada que a Anna usara. Confesso que não entendi muita coisa, só fui concordando :) Ficou basicamente conferindo as infos das certidões conosco, até indicarmos o detalhe que a Anna era a "troisieme de un enfantment jumeau", e apontamos para onde dizia isso. Ele ficou espantado e começou a perguntar sobre os irmãos dela.

Em seguida as perguntas eram sempre perguntas simples sobre as infos dos docs que ele solicitava, como

- diploma da univ. (qual foi o curso que me formei, data q me formei, duração... etc),

- histórico do segundo grau (em que colégio terminei, e a data, duração...etc),

- visto de entrada no canadá (meu visto de turista, cidades por onde passei, de onde gostei mais, pediu fotos, mas na falta foi o visto q apresentei),

- sobre a carteira de trabalho (nossas datas de entrada e saída, bem como os cargos ocupados), e por último

- nossos atestados de curso de francês (as datas de inicio e fim de cada um... no nosso caso 5 cursos dif.)

Após a verificação básica dos docs, apenas perguntou p/ qual cidade pensávamos ir, e comentei q o q constava no DCS havia mudado. Nossa intenção inicial era a cidade de Montreal, mas depois de minha visita mudei de opinião, sendo agora a cidade de Quebec. Com esse comentário ele perguntou detalhes maiores de quando fui, as datas de partida e chegada, roteiro pelas cidades. Tb pediu p/ ver fotos, mas como não levei nenhuma, ele pediu para ver o visto de entrada.,

Após esse bate-papo, veio então a questão n.1: o que conhece do seu mercado de trabalho, e já pediu para que eu mostrasse o trabalho de minhas pesquisas, como as ofertas de trabalho.

Bem no ínicio da resposta ainda comentei que trabalhava "avec soutien de serveurs” a Anna riu... e tive de explicar o pq. Falei o que soutien significava em português, e pela cara dele era a primeira vez que alguém comentava pra ele. Aí ele entendeu e todos ficaram rindo da situação, e logo prosegui com o resto da questão. Mostrei o calhamaço de vagas especificas da minha área que vinha juntando a quase um ano, em especial uma onde eu me enquadrava como uma luva nos pré-requisitos. Ele ficou esmiuçando essa oferta, tendo eu de explicar os programas que utilizavam (netbackup, solaris, volume manager, veritas filesystem, storage, switch brocade...etc), até ele me perguntar "o que é esse tal aqui", e marcou LDAP. Aí expliquei como se fosse para um leigo, bem superficialmente p/ q ele entendesse. Bem rapidinho...

Satisfeito veio a seguinte: Pq Quebec? Nessa falei tanto que no final da minha resposta ele já ficava me escutando e ia digitando. Quando acabei ele estava preparando a impressora p/ imprimir o CSQ.

Basicamente comentei que não suporto mais viver em metrópoles com tanta violência que ponto de anular nossa liberdade, e que para que eu continue crescendo em minha área profissional eu não tenho outra alternativa que morar nelas, ou mudar p/ um lugar onde ofereça um padrão de vida melhor. No caso, o Canadá!

Ao nos entregar o CSQ foi explicando que uma via deveria ser entregue na fase federal, e a outra no momento em que entrarmos no país.

Por ultimo nos perguntou novamente se realmente iremos morar em Montreal, e informei novamente que essa era nossa primeira opção, mas depois da viagem de reconhecimento reconversamos e nos decidimos pela cidade de Quebec. Ele informou que não teria problemas estar marcado no CSQ outra cidade que nao a que tinhamos em mente pois essa informação é utilizada apenas para estatísticas.

Nos levantamos, nos desejou boa sorte, despedimo-nos e saímos. Simples, fácil e rápido.

A felicidade e alívio foi reconfortante. Afinal depois a entrevista anterior que fizemos em 16 outubro de 2006 fiquei meio traumatizado. Naquela ocasião eu tive de abrir mão de realizar a entrevista, pois o plano que havíamos traçado só traria problemas para nós, conforme nos alertou o Ms. Cousineau. Tá certo que nosso plano era um pouco mirabolante, mas tinha uma lógica boa. Eu faria o processo de imigração sozinho, e a Anna faria o processo de Baby Siter , chegando lá com um emprego, e diminuindo as dores de cabeça e preocupações de nossa adaptação. MAs... o problema que não sabíamos é que uma baby-siter assina um contrato de 2 aninhos, onde fica morando em tempo integral na casa da família. Agora imagine marido e mulher separados por 2 anos, morando na mesma cidade... não ia dar certo, assim como nenhuma família iria achar a idéia interessante. Assim, abandonamos o plano e a incluímos no meu processo. Foi burrice talvez, mas a idéia parecia boa quando nos decidimos por isso.

Agora, depois de meses de espera pela rodada de entrevistas seguintes, depois de ver todos nossos amigos da lista do Rio que fizeram entrevista em novembro estarem quase já com os vistos nas mãos, foi nossa vez. A roda voltou a girar, e a esperança voltou com tudo. Mais muita energia ainda será gasta, agora para a fase Federal.

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